Ultraprocessados, saiba mais sobre este grande perigo que está à sua mesa!
- Nutritecnica Ltda.

- 28 de set.
- 3 min de leitura

🌱 A evolução das dietas e o crescimento dos ultraprocessados
Nas últimas décadas, a alimentação da população mudou drasticamente. O que antes era baseado em alimentos frescos, preparados em casa, deu lugar a uma rotina marcada pela praticidade e pelo consumo crescente de produtos ultraprocessados (UPFs).Essa transição alimentar impacta diretamente a saúde metabólica, elevando os riscos de obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares e até alguns tipos de câncer.
Falar sobre ultraprocessados hoje é fundamental porque eles representam mais de 20% da ingestão calórica no Brasil e já são responsáveis por mudanças importantes nos padrões de saúde pública.
📌 Conceitos fundamentais: a classificação NOVA
A classificação NOVA, desenvolvida por pesquisadores brasileiros da USP, agrupa os alimentos de acordo com o grau de processamento, e não apenas por nutrientes isolados. E foi adicionada ao Guia Alimentar para a População Brasileira (edição 2014, do Ministério da Saúde). Segundo a NOVA, temos quatro categorias:
Alimentos in natura ou minimamente processados
Frutas, verduras, legumes, grãos, ovos, leite, carnes frescas.
Ingredientes culinários processados
Óleos, sal, açúcar, manteiga.
Alimentos processados
Pães caseiros, queijos, conservas simples.
Alimentos ultraprocessados (UPFs)
Produtos industrializados formulados com aditivos, corantes, conservantes e ingredientes de baixo valor nutricional. Exemplos: refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos de pacote, embutidos, refeições prontas industriais.
🔎 A onipresença dos ultraprocessados se deve ao baixo custo, conveniência e estratégias de marketing que muitas vezes os apresentam como saudáveis.
🔬 Evidências científicas recentes
Estudos de grande porte vêm mostrando associações consistentes entre o consumo elevado de UPFs e desfechos negativos em saúde:
Doenças metabólicas: Maior risco de obesidade, síndrome metabólica e diabetes tipo 2.
Câncer: Pesquisa francesa (NutriNet-Santé) encontrou aumento significativo de risco de câncer de mama associado ao consumo elevado de ultraprocessados.
Disfunções intestinais e inflamação crônica: UPFs afetam a microbiota intestinal, favorecendo processos inflamatórios silenciosos.
Dados no Brasil
Pesquisa publicada no Public Health Nutrition (PMC, 2023) mostrou o declínio das refeições tradicionais (café da manhã, almoço e jantar) e o aumento do consumo de lanches ultraprocessados na população brasileira.
Outra revisão sistemática (PMC, 2022) confirma que a substituição de alimentos minimamente processados por ultraprocessados está associada ao aumento da prevalência de obesidade no país.
Percepções do consumidor
O estudo Beyond the Myths: Brazilian Consumer Perceptions of Functional Foods (MDPI, 2024) revela que muitos brasileiros ainda acreditam que rótulos como “light”, “zero” ou “fitness” garantem um produto saudável — o que nem sempre é verdade, já que muitos desses alimentos se enquadram como ultraprocessados.
🥗 Aplicação clínica e estratégias práticas
Na prática clínica, reduzir UPFs significa educar o paciente para retomar padrões de alimentação baseados em alimentos in natura. Estratégias incluem:
Orientar substituições inteligentes:
Trocar refrigerantes por água saborizada natural.
Preferir snacks de frutas secas ou castanhas em vez de biscoitos recheados.
Incluir refeições congeladas artesanais e nutritivas em vez de opções industriais ultraprocessadas.
Planejamento alimentar:
Incentivar preparo antecipado de refeições.
Montar cardápios semanais com base em ingredientes frescos.
Reeducação do olhar para o rótulo:
Ensinar a identificar lista de ingredientes longas e cheias de aditivos.
Valorizar produtos com poucos ingredientes e nomes reconhecíveis.
✅ Conclusão
A luta contra os ultraprocessados não é apenas uma questão de moda, mas de saúde pública e clínica. Pequenas mudanças no padrão alimentar têm impacto cumulativo enorme na saúde metabólica, na qualidade de vida e na longevidade.
❓ FAQ (Mitos vs Realidade)
“Todo alimento processado faz mal?”❌ Não. Pães artesanais, queijos e conservas caseiras são processados, mas podem ter papel importante na alimentação.
“Produtos light ou zero são sempre melhores?”❌ Nem sempre. Muitos continuam sendo ultraprocessados, apenas com redução de açúcar ou gordura.
“Congelados são ultraprocessados?”❌ Depende. Congelados artesanais, feitos com ingredientes in natura e sem aditivos químicos, são práticos e saudáveis. Os congelados feitos em grande escalas, com conservantes são ultraprocessados.
Saúde Está em Você!!!
Dra. Marlise Potrick Stefani
✨NUTRIÇÃO DE EXCELÊNCIA✨
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📚 Referências
Monteiro CA, et al. The UN Decade of Nutrition, the NOVA food classification and the trouble with ultra-processing. Public Health Nutr. 2018.
Kerry Health & Nutrition Institute. Ten Key Health and Nutrition Trends for 2025.
Public Health Nutrition (PMC). Declínio dos três principais momentos de refeição no Brasil.
MDPI. Beyond the Myths: Brazilian Consumer Perceptions of Functional Foods.
• • Guia Alimentar para a População Brasileira – Ministério da Saúde.








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