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Ultraprocessados, saiba mais sobre este grande perigo que está à sua mesa!


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🌱 A evolução das dietas e o crescimento dos ultraprocessados

Nas últimas décadas, a alimentação da população mudou drasticamente. O que antes era baseado em alimentos frescos, preparados em casa, deu lugar a uma rotina marcada pela praticidade e pelo consumo crescente de produtos ultraprocessados (UPFs).Essa transição alimentar impacta diretamente a saúde metabólica, elevando os riscos de obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares e até alguns tipos de câncer.

Falar sobre ultraprocessados hoje é fundamental porque eles representam mais de 20% da ingestão calórica no Brasil e já são responsáveis por mudanças importantes nos padrões de saúde pública.


📌 Conceitos fundamentais: a classificação NOVA

A classificação NOVA, desenvolvida por pesquisadores brasileiros da USP, agrupa os alimentos de acordo com o grau de processamento, e não apenas por nutrientes isolados. E foi adicionada ao Guia Alimentar para a População Brasileira (edição 2014, do Ministério da Saúde). Segundo a NOVA, temos quatro categorias:

  1. Alimentos in natura ou minimamente processados

    • Frutas, verduras, legumes, grãos, ovos, leite, carnes frescas.

  2. Ingredientes culinários processados

    • Óleos, sal, açúcar, manteiga.

  3. Alimentos processados

    • Pães caseiros, queijos, conservas simples.

  4. Alimentos ultraprocessados (UPFs)

    • Produtos industrializados formulados com aditivos, corantes, conservantes e ingredientes de baixo valor nutricional. Exemplos: refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos de pacote, embutidos, refeições prontas industriais.

🔎 A onipresença dos ultraprocessados se deve ao baixo custo, conveniência e estratégias de marketing que muitas vezes os apresentam como saudáveis.


🔬 Evidências científicas recentes

Estudos de grande porte vêm mostrando associações consistentes entre o consumo elevado de UPFs e desfechos negativos em saúde:

  • Doenças metabólicas: Maior risco de obesidade, síndrome metabólica e diabetes tipo 2.

  • Câncer: Pesquisa francesa (NutriNet-Santé) encontrou aumento significativo de risco de câncer de mama associado ao consumo elevado de ultraprocessados.

  • Disfunções intestinais e inflamação crônica: UPFs afetam a microbiota intestinal, favorecendo processos inflamatórios silenciosos.

Dados no Brasil

  • Pesquisa publicada no Public Health Nutrition (PMC, 2023) mostrou o declínio das refeições tradicionais (café da manhã, almoço e jantar) e o aumento do consumo de lanches ultraprocessados na população brasileira.

  • Outra revisão sistemática (PMC, 2022) confirma que a substituição de alimentos minimamente processados por ultraprocessados está associada ao aumento da prevalência de obesidade no país.

Percepções do consumidor

O estudo Beyond the Myths: Brazilian Consumer Perceptions of Functional Foods (MDPI, 2024) revela que muitos brasileiros ainda acreditam que rótulos como “light”, “zero” ou “fitness” garantem um produto saudável — o que nem sempre é verdade, já que muitos desses alimentos se enquadram como ultraprocessados.


🥗 Aplicação clínica e estratégias práticas

Na prática clínica, reduzir UPFs significa educar o paciente para retomar padrões de alimentação baseados em alimentos in natura. Estratégias incluem:

  • Orientar substituições inteligentes:

    • Trocar refrigerantes por água saborizada natural.

    • Preferir snacks de frutas secas ou castanhas em vez de biscoitos recheados.

    • Incluir refeições congeladas artesanais e nutritivas em vez de opções industriais ultraprocessadas.

  • Planejamento alimentar:

    • Incentivar preparo antecipado de refeições.

    • Montar cardápios semanais com base em ingredientes frescos.

  • Reeducação do olhar para o rótulo:

    • Ensinar a identificar lista de ingredientes longas e cheias de aditivos.

    • Valorizar produtos com poucos ingredientes e nomes reconhecíveis.


 Conclusão

A luta contra os ultraprocessados não é apenas uma questão de moda, mas de saúde pública e clínica. Pequenas mudanças no padrão alimentar têm impacto cumulativo enorme na saúde metabólica, na qualidade de vida e na longevidade.


 FAQ (Mitos vs Realidade)

“Todo alimento processado faz mal?”❌ Não. Pães artesanais, queijos e conservas caseiras são processados, mas podem ter papel importante na alimentação.

“Produtos light ou zero são sempre melhores?”❌ Nem sempre. Muitos continuam sendo ultraprocessados, apenas com redução de açúcar ou gordura.

“Congelados são ultraprocessados?”❌ Depende. Congelados artesanais, feitos com ingredientes in natura e sem aditivos químicos, são práticos e saudáveis. Os congelados feitos em grande escalas, com conservantes são ultraprocessados.


Saúde Está em Você!!!


Dra. Marlise Potrick Stefani

 ✨NUTRIÇÃO DE EXCELÊNCIA✨

@nutritecnica

@nutrilis.nutritecnica

@nutrimarlisestefani


📚 Referências

  • Monteiro CA, et al. The UN Decade of Nutrition, the NOVA food classification and the trouble with ultra-processing. Public Health Nutr. 2018.

  • Kerry Health & Nutrition Institute. Ten Key Health and Nutrition Trends for 2025.

  • Public Health Nutrition (PMC). Declínio dos três principais momentos de refeição no Brasil.

  • MDPI. Beyond the Myths: Brazilian Consumer Perceptions of Functional Foods.

• • Guia Alimentar para a População Brasileira – Ministério da Saúde.

 
 
 

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