O tratamento da obesidade não é igual para todo mundo: por que a personalização é o caminho?
- Nutritecnica Ltda.

- há 6 dias
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Quando falamos em obesidade, é comum encontrar por aí mil promessas de resultados rápidos, dietas milagrosas, modismos alimentares e soluções que parecem perfeitas — mas que não funcionam para a maioria das pessoas. Isso acontece porque a obesidade é multifatorial e, portanto, o tratamento não pode ser igual para todo mundo.
Cada corpo tem uma história, um ritmo e necessidades diferentes. Por isso, o acompanhamento nutricional deve ser individualizado, respeitando a biologia, o comportamento, o estilo de vida e o momento de vida de cada pessoa.
Me entristece ver as pessoas gastando um salário mínimo mensal em canetinhas ou vários salários em procedimentos estéticos ou promessas milagrosas quando a solução está dentro de si. Tratamentos milagrosos não resistem ao tempo, nestas quatro décadas já vi de tudo: ansiolíticos, anorexígenos, suplementos, cirurgias, tratamentos, fórmulas mágicas, dieta da sopa, dieta do chá e outras tantas promessas infrutíferas e insustentáveis. Pense nisto: você não é todo mundo!
Por que a obesidade é multifatorial?
A obesidade não é causada apenas pela alimentação. Ela é resultado de uma combinação complexa de fatores, que se entrelaçam ao longo dos anos. Entre eles:
1. Hábitos de vida
Rotinas agitadas, refeições rápidas, longas horas sentado, estresse crônico… tudo isso influencia no equilíbrio energético e no ganho de peso. Pequenas mudanças diárias podem ter um grande impacto no longo prazo.
2. Sono
Dormir mal altera hormônios fundamentais como leptina e grelina, aumentando a fome, reduzindo a saciedade e favorecendo a compulsão. O sono é tão importante quanto a alimentação no processo de emagrecimento.
3. Atividade física
Exercício não é só para “queimar calorias”. Ele melhora sensibilidade à insulina, regula humor, reduz estresse e aumenta a disposição — fatores decisivos no manejo da obesidade.
4. Metabolismo
Cada pessoa tem uma velocidade metabólica única. Idade, composição corporal, saúde da tireoide, uso de medicações e até o histórico de dietas restritivas influenciam diretamente na forma como o corpo responde ao peso.
5. Histórico familiar e genética
A genética não determina o destino, mas aumenta a predisposição. Comportos herdados, cultura alimentar, crenças sobre comida e ambiente familiar são fatores que moldam hábitos e escolhas.
6. Comportamento alimentar
Muitas vezes, o comer vai além de nutrir o corpo: ele envolve emoções, ansiedade, rotina de trabalho, vínculos sociais e até sensação de recompensa. Entender esses padrões é essencial para resultados duradouros.
O problema das dietas de moda e das soluções mágicas
Dietas extremamente restritivas, detox prolongados, chás “emagrecedores”, cápsulas milagrosas e estratégias que colocam o corpo em sofrimento podem até gerar perda de peso rápida — mas não sustentável.
Essas abordagens não tratam a causa do problema, apenas o sintoma. E quando o corpo sente ameaça, ele reage: reduz metabolismo, aumenta a fome, ativa mecanismos de defesa e, muitas vezes, recupera todo o peso perdido (e mais).
Personalizar é respeitar a ciência, o corpo e o indivíduo.
A força da personalização no tratamento
Entendemos que cada pessoa carrega uma história, um contexto de saúde e um estilo de vida únicos. Por isso, o plano de tratamento deve ser construído a partir de:
• análise completa do histórico clínico e metabólico;
• avaliação de rotina, horários, preferências alimentares e nível de estresse;
• investigação de sono, atividade física e comportamento alimentar;
• metas reais, humanas e ajustadas ao momento de vida;
• estratégias que se encaixam na vida — e não o contrário.
O objetivo não é só emagrecer: é recuperar saúde, qualidade de vida e autonomia.
Acredite: cada corpo tem seu tempo, sua história e seu ritmo
Quando o tratamento é individualizado e baseado em ciência, os resultados são mais consistentes, mais leves e, principalmente, mais duradouros. O emagrecimento deixa de ser sofrimento e passa a ser um processo de autoconhecimento e autocuidado.
A obesidade não é uma falha pessoal.
É uma condição de origem multifatorial que merece respeito, compreensão e tratamento personalizado.
Dra. Marlise Potrick Stefani
Nutricionista | Personal Coach | Mestre em Qualidade | Pós-Graduada em Qualidade, Gastronomia, Fitoterapia, Psicologia | Especialista em Alimentação pela ASBRAN / Especialista em Gerontologia pela SBGG
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