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Alergias e Intolerâncias Alimentares: Entenda as Diferenças


As reações adversas aos alimentos têm se tornado cada vez mais frequentes nas últimas décadas, impactando a qualidade de vida de muitas pessoas. No entanto, ainda existe grande confusão entre dois termos amplamente utilizados — alergia alimentar e intolerância alimentar. Embora ambos envolvam reações após a ingestão de certos alimentos, suas causas, mecanismos e consequências clínicas são bastante distintas.


🔬 Alergia Alimentar: uma resposta do sistema imunológico


A alergia alimentar é uma resposta imunológica exagerada do organismo a uma proteína presente em um alimento específico, geralmente inofensiva para a maioria das pessoas. Nesses casos, o sistema imune identifica equivocadamente essa proteína como uma ameaça e reage com a produção de anticorpos, principalmente Imunoglobulina E (IgE).

Esse processo pode desencadear sintomas imediatos e potencialmente graves, mesmo com quantidades mínimas do alimento ingerido.


Principais sintomas da alergia alimentar:

  • Urticária e prurido (coceira na pele)

  • Inchaço em lábios, olhos e garganta (angioedema)

  • Náuseas e vômitos

  • Diarreia

  • Espasmos abdominais

  • Dificuldade respiratória, chiado no peito

  • Anafilaxia (reação sistêmica grave e potencialmente fatal)


Alimentos mais comumente envolvidos:

Segundo a ANVISA e outras agências reguladoras, os principais alimentos alergênicos incluem:

  • Leite de vaca

  • Ovo

  • Trigo

  • Soja

  • Amendoim

  • Frutos do mar (peixes e crustáceos)

  • Nozes e castanhas

A alergia pode surgir na infância e, em alguns casos, desaparecer com o tempo. No entanto, algumas alergias (como a ao amendoim ou frutos do mar) tendem a persistir por toda a vida.


⚙️ Intolerância Alimentar: deficiência enzimática ou sensibilidade


A intolerância alimentar, por sua vez, não envolve o sistema imunológico, mas sim uma dificuldade do organismo em digerir, metabolizar ou absorver determinados nutrientes ou componentes alimentares.

Essa reação costuma ser dose-dependente, ou seja, os sintomas aparecem de forma mais leve ou mais intensa conforme a quantidade ingerida do alimento.


Causas comuns:

  • Déficit enzimático (como na intolerância à lactose, por deficiência da enzima lactase)

  • Sensibilidade a aditivos alimentares, como sulfitos, glutamato monossódico ou corantes

  • Síndrome de má absorção (como a má digestão de frutose ou sorbitol)

  • Alterações no microbioma intestinal


Sintomas mais frequentes:

  • Distensão abdominal

  • Gases e flatulência

  • Diarreia ou constipação

  • Cólicas intestinais

  • Enjoo

  • Fadiga e dor de cabeça (em alguns casos)


⚠️ Glúten: intolerância, alergia ou doença celíaca?

O glúten — proteína presente no trigo, cevada e centeio — pode desencadear diferentes tipos de reações:

  • Doença celíaca: é uma doença autoimune, em que o consumo de glúten provoca inflamação e atrofia da mucosa intestinal. É diagnosticada por exames sorológicos (anti-transglutaminase, anti-endomísio) e biópsia intestinal.

  • Sensibilidade ao glúten não celíaca: caracteriza-se por sintomas semelhantes aos da doença celíaca, mas sem a presença de autoanticorpos ou lesão intestinal.

  • Alergia ao trigo: é uma resposta imunológica (IgE mediada) às proteínas do trigo, podendo causar urticária, anafilaxia ou sintomas respiratórios.


🧪 Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico das alergias e intolerâncias alimentares deve ser sempre feito com acompanhamento médico e nutricional. Entre os principais exames utilizados estão:


Para alergias alimentares:

  • Dosagem de IgE específica no sangue

  • Testes cutâneos (prick test)

  • Teste de provocação oral supervisionado


Para intolerâncias alimentares:

  • Teste de hidrogênio expirado (para lactose, frutose, sorbitol)

  • Testes genéticos para hipolactasia primária

  • Dietas de exclusão e reintrodução com acompanhamento nutricional

  • Avaliação do microbioma e saúde intestinal


É importante evitar o uso indiscriminado de testes de intolerância por IgG, que não têm validação científica reconhecida para diagnóstico de intolerâncias alimentares.


🍽️ E o tratamento?

O tratamento das alergias alimentares envolve exclusão total e permanente do alimento desencadeante e cuidados rigorosos para evitar contaminações cruzadas. Em casos graves, é necessário portar adrenalina auto injetável.

Já para intolerâncias, o tratamento pode incluir:

  • Redução do consumo (em vez de exclusão total)

  • Uso de enzimas digestivas (como a lactase)

  • Rotação e substituição de alimentos

  • Reeducação alimentar com foco na saúde intestinal e microbiota


👩‍⚕️ Acompanhamento nutricional é essencial


Uma dieta restritiva, quando mal orientada, pode levar à deficiências nutricionais, prejuízo na qualidade de vida e relação disfuncional com a comida. O suporte de um profissional de Nutrição é essencial para garantir equilíbrio, variedade e prazer alimentar — mesmo com restrições.


O acompanhamento deve trabalhar com protocolos personalizados para alergias e intolerâncias, respeitando as particularidades bioquímicas, culturais e emocionais de cada paciente. 


A Saúde Está em Você!


Dra. Marlise Potrick Stefani

✨NUTRIÇÃO DE EXCELÊNCIA✨

@nutritecnica

@nutrilis.nutritecnica

@nutrimarlisestefani

 
 
 

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