Alergias e Intolerâncias Alimentares: Entenda as Diferenças
- Nutritecnica Ltda.
- há 4 dias
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As reações adversas aos alimentos têm se tornado cada vez mais frequentes nas últimas décadas, impactando a qualidade de vida de muitas pessoas. No entanto, ainda existe grande confusão entre dois termos amplamente utilizados — alergia alimentar e intolerância alimentar. Embora ambos envolvam reações após a ingestão de certos alimentos, suas causas, mecanismos e consequências clínicas são bastante distintas.
🔬 Alergia Alimentar: uma resposta do sistema imunológico
A alergia alimentar é uma resposta imunológica exagerada do organismo a uma proteína presente em um alimento específico, geralmente inofensiva para a maioria das pessoas. Nesses casos, o sistema imune identifica equivocadamente essa proteína como uma ameaça e reage com a produção de anticorpos, principalmente Imunoglobulina E (IgE).
Esse processo pode desencadear sintomas imediatos e potencialmente graves, mesmo com quantidades mínimas do alimento ingerido.
Principais sintomas da alergia alimentar:
Urticária e prurido (coceira na pele)
Inchaço em lábios, olhos e garganta (angioedema)
Náuseas e vômitos
Diarreia
Espasmos abdominais
Dificuldade respiratória, chiado no peito
Anafilaxia (reação sistêmica grave e potencialmente fatal)
Alimentos mais comumente envolvidos:
Segundo a ANVISA e outras agências reguladoras, os principais alimentos alergênicos incluem:
Leite de vaca
Ovo
Trigo
Soja
Amendoim
Frutos do mar (peixes e crustáceos)
Nozes e castanhas
A alergia pode surgir na infância e, em alguns casos, desaparecer com o tempo. No entanto, algumas alergias (como a ao amendoim ou frutos do mar) tendem a persistir por toda a vida.
⚙️ Intolerância Alimentar: deficiência enzimática ou sensibilidade
A intolerância alimentar, por sua vez, não envolve o sistema imunológico, mas sim uma dificuldade do organismo em digerir, metabolizar ou absorver determinados nutrientes ou componentes alimentares.
Essa reação costuma ser dose-dependente, ou seja, os sintomas aparecem de forma mais leve ou mais intensa conforme a quantidade ingerida do alimento.
Causas comuns:
Déficit enzimático (como na intolerância à lactose, por deficiência da enzima lactase)
Sensibilidade a aditivos alimentares, como sulfitos, glutamato monossódico ou corantes
Síndrome de má absorção (como a má digestão de frutose ou sorbitol)
Alterações no microbioma intestinal
Sintomas mais frequentes:
Distensão abdominal
Gases e flatulência
Diarreia ou constipação
Cólicas intestinais
Enjoo
Fadiga e dor de cabeça (em alguns casos)
⚠️ Glúten: intolerância, alergia ou doença celíaca?
O glúten — proteína presente no trigo, cevada e centeio — pode desencadear diferentes tipos de reações:
Doença celíaca: é uma doença autoimune, em que o consumo de glúten provoca inflamação e atrofia da mucosa intestinal. É diagnosticada por exames sorológicos (anti-transglutaminase, anti-endomísio) e biópsia intestinal.
Sensibilidade ao glúten não celíaca: caracteriza-se por sintomas semelhantes aos da doença celíaca, mas sem a presença de autoanticorpos ou lesão intestinal.
Alergia ao trigo: é uma resposta imunológica (IgE mediada) às proteínas do trigo, podendo causar urticária, anafilaxia ou sintomas respiratórios.
🧪 Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico das alergias e intolerâncias alimentares deve ser sempre feito com acompanhamento médico e nutricional. Entre os principais exames utilizados estão:
Para alergias alimentares:
Dosagem de IgE específica no sangue
Testes cutâneos (prick test)
Teste de provocação oral supervisionado
Para intolerâncias alimentares:
Teste de hidrogênio expirado (para lactose, frutose, sorbitol)
Testes genéticos para hipolactasia primária
Dietas de exclusão e reintrodução com acompanhamento nutricional
Avaliação do microbioma e saúde intestinal
É importante evitar o uso indiscriminado de testes de intolerância por IgG, que não têm validação científica reconhecida para diagnóstico de intolerâncias alimentares.
🍽️ E o tratamento?
O tratamento das alergias alimentares envolve exclusão total e permanente do alimento desencadeante e cuidados rigorosos para evitar contaminações cruzadas. Em casos graves, é necessário portar adrenalina auto injetável.
Já para intolerâncias, o tratamento pode incluir:
Redução do consumo (em vez de exclusão total)
Uso de enzimas digestivas (como a lactase)
Rotação e substituição de alimentos
Reeducação alimentar com foco na saúde intestinal e microbiota
👩⚕️ Acompanhamento nutricional é essencial
Uma dieta restritiva, quando mal orientada, pode levar à deficiências nutricionais, prejuízo na qualidade de vida e relação disfuncional com a comida. O suporte de um profissional de Nutrição é essencial para garantir equilíbrio, variedade e prazer alimentar — mesmo com restrições.
O acompanhamento deve trabalhar com protocolos personalizados para alergias e intolerâncias, respeitando as particularidades bioquímicas, culturais e emocionais de cada paciente.
A Saúde Está em Você!
Dra. Marlise Potrick Stefani
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